2011-09-30

A justiça dos homens

Numa semana alucinante, um condenado de crimes praticados nos EUA é preso, graças aos esforços dos investigadores norte-americanos. Após 41 anos de fuga, as autoridades norte-americanas não se pouparam a esforços e mantiveram-se à coca e à escuta. E o esforço foi recompensado.
Por cá, um autarca condenado a cumprir pena há cerca de dois anos, só agora é preso e de forma que alguns clamam ser ilegal.
A loucura do enriquecimento ilícito continua, e só poderá resultar em mais leis que ninguém conseguirá aplicar. Quando alguém tentar aplicá-la, ver-se-á embrulhado em tamanho embrulho jurídico, que demorará tantos anos para desembrulhar como qualquer outro crime económico demora para condenar alguém.
Quando após esses anos todos, a esbanjar recursos, que poderiam ser canalizados para a aplicação de leis mais meritórias, todos forem absolvidos, além das indemnizações que o Estado tentará esquivar-se a pagar, a única coisa que a opinião pública se irá lembrar será que, fulano tal, após ter sido condenado claramente pela comunicação social, saiu em liberdade e que ninguém é alguma vez condenado, por ter mais bens, como se eles não fossem todos de holdings e de parentes próximos, do que aqueles que os seus rendimentos declarados, permitiriam adquirir.
Obviamente os criminosos mais esbanjadores, teriam enriquecido ilicitamente, menos que os criminosos mais poupadinhos. O que fará deles menos culpados...
Por outro lado, só se admite tal lei, quando todas as outras falham e deixam a justiça impotente. Cá em Portugal, a senhora justiça teria uma venda não por questões de imparcialidade, mas para não ver um palmo à frente do nariz. Idem para os deputados, os quais parecem querer fazer o mesmo aos restantes cidadãos.